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Cuidado com Bullyng

Bullying: uma discussão necessária

Um tema que vem sendo pauta de forma crescente (principalmente nas escolas) e que, com certeza você já ouviu falar ou conhece quem pratica, ou sofre, é o Bullying. Ele vem sendo discutido tanto nas escolas pelos professores e alunos, quanto pelos pais e pela mídia. Esse crescente interesse tem gerado conscientização e sobre o que é e quais as consequências desse tipo de conflito para os envolvidos. Consequentemente, busca-se compreender suas características para elaborar medidas de intervenções efetivas onde quer que ele aconteça.

Apesar de existirem poucas e recentes as pesquisas no Brasil que investigam o bullying, já possuímos muitas informações sobre o que é, como evitar, identificar e ajudar quem sofre essa agressão, e também como abordar quem pratica.

Afinal, o que é o Bullying? É um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, O bullying sempre tem como objetivo ferir e magoar a vítima, e ocorre principalmente de três maneiras: agressões físicas diretas; agressões verbais diretas; e agressões indiretas. A agressão física direta são  ataques abertos à vítima envolvendo ações individuais ou em grupo contra uma única pessoa, através de agressões com tapas, empurrões, pontapés, cuspes, roubos, estragos de objetos e a submissão do outro a atividades servis. A agressão verbal direta envolve ações de insultos em público, incluindo xingamentos, provocações, ameaças, apelidos maldosos, comentários racistas, ofensivos ou humilhantes. E a agressão indireta se dá pelo isolamento e exclusão social dentro do grupo de convivência, dificultando as relações da vítima com os pares ou prejudicando a sua posição social, por meio de boatos, ignorando a presença da vítima ou ameaçando os outros para que não brinquem com a mesma, sendo essa última a mais comum dentro da escola.

O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. Uma das diversas consequências de quem sofre o bullying é um possível isolamento e/ou queda do rendimento escolar. Crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas e difamatórias podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

Falando agora um pouco sobre quem pratica, surge um questionamento: O que leva o autor do bullying a praticá-lo? Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas humilhações e palavras vulgares. É preciso que essa pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo, seja trabalhada. Ela também merece atenção e dedicação para compreender sua situação e o que a leva a sentir-se satisfeito com a opressão do agredido, principalmente conscientizá-lo dos seus atos, e que de sua agressão podem causar danos severos no outro.

Um viés muito importante que deve ser discutido e combatido é o cyberbullying, que para os mais jovens é um termo mais comum que para os mais adultos. O que esse termo significa? Cyberbullying é quando a agressão passa pelos meios de comunicação virtual, como nas redes sociais, telefones e nas demais mídias virtuais. Ele não consiste em agressões físicas, mas não deixa de ser tão ou mais graves quanto as do bullying físico. Ameaças de morte, agressão física e publicação de informações pessoais de vítimas são alguns dos meios mais violentos de cyberbullying, já que coloca a vítima em situação de risco e constante apreensão diante da possibilidade de um atentado contra sua vida.

Segundo pesquisas, os ataques sofridos por uma vítima de cyberbullying são geralmente direcionados a características pessoais da vítima e são feitas em meio público, denegrindo a imagem pública da vítima e afetando sua autoestima. O abuso é constante e pode tomar grandes proporções, já que a dinâmica do mundo online é enorme e, na maioria das vezes, impossível de se controlar, o que facilita a proliferação desse crime. O cyberbullying é ainda permanente, uma vez que ao serem jogadas na rede online as informações lá permaneceram por tempo indeterminado, trazendo mais sofrimento para a vítima.

Para finalizar, bullying e cyberbulling são realidades extremamente presentes nas realidades das escolas e comunidades brasileiras, seja ela qual for. Devemos sempre estar atentos ao nosso colegas, familiares, funcionários e todos que estão ao redor. Todos temos responsabilidades e capacidade para tornar o mundo melhor e um local de harmonia, compreensão e feliz.

Dicas de filme sobre Bullying:

  • Extraordinário (2017, classificação: 10 anos)
  • Te pego lá fora! (1987, classificação: 10 anos)
  • Meninas Malvadas (2004, classificação: livre)
  • Ponte para Terabitia (2007, classificação: livre)
  • As vantagens de ser invisível (2012, classificação: 14 anos)
  • Sete Minutos Depois da Meia Noite (2017, classificação: 12 anos)

Rebeca Castelo Branco

Psicóloga